A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) utiliza o modelo cognitivo como método de trabalho. Nesse sentido, durante as sessões o profissional busca compreender, junto com o paciente, os pensamentos automáticos e as crenças disfuncionais que interferem na vida do indivíduo. Para que esse objetivo seja cumprido, existem algumas formas de atuação da TCC.
Se você gostaria de começar a se aprofundar no tema, é só continuar lendo este artigo. Além de conhecer algumas técnicas de atuação da Terapia Cognitiva, você poderá entender melhor o funcionamento do modelo cognitivo utilizado como base dessa abordagem.
Terapia Cognitiva com base no Modelo Cognitivo
Como dito anteriormente, a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) utiliza como método de trabalho o modelo cognitivo. Nesse sentido, o principal foco dessa abordagem são os pensamentos disfuncionais (PD) do indivíduo que geram comportamentos prejudiciais. Para compreender isso, são analisadas três processos diferentes, a situação que leva a um pensamento automático que, por fim, leva a reações, podendo elas serem em forma de emoção, comportamento e reações fisiológicas.
O pensamento automático é gerado pelas crenças que desenvolvemos durante a nossa vida e é justamente esse pensamento que é trabalhado no modelo cognitivo da TCC. Vale ressaltar que os pensamentos automáticos, de forma geral, são mais flexíveis do que as crenças que tendem a ser mais rígidas. Portanto, para transformar os PD é possível aplicar a reestruturação cognitiva.
Atuação da TCC: O que é a reestruturação cognitiva?
A reestruturação cognitiva (RC) funciona basicamente como uma avaliação dos pensamentos e das crenças do paciente. Para isso, a técnica mais utilizada é a do questionamento socrático, que é uma forma de fazer com que o paciente reflita sobre cada processo do modelo cognitivo (situação – pensamento – reação).
Após fazer a reestruturação cognitiva, os pensamentos alternativos são cogitados como uma outra possibilidade que poderia explicar aquela mesma situação que não aquele pensamento disfuncional. Por fim, esses pensamentos alternativos são colocados em prática para que se tenha um modelo cognitivo mais funcional, e como consequência, reações mais funcionais também.
Técnica dos experimentos comportamentais
No intuito de fazer com que essa reestruturação ocorra de forma mais eficaz é possível fazer o uso dos experimentos comportamentais. Esses experimentos servem para provar para o paciente se aquele pensamento disfuncional que ele tem é verdadeiro ou não. Além disso, serve para conferir se o pensamento alternativo é funcional ou não.
De certo modo, funciona como uma forma de teste para reforçar e ajudar na reestruturação cognitiva. Isso porque os experimentos colocam a pessoa de frente ao seu medo, para mostrar a validade do seu pensamento disfuncional e de certo modo desqualificar ele, ou seja, fazer com que ele perca sua força.
Atuação da TCC: Técnica de resolução de problemas
Muitas vezes alguns pensamentos específicos ou pensamentos considerados verdadeiros, mas disfuncionais, precisam de outra técnica além da reestruturação cognitiva, que é a resolução de problemas. Nesse caso, para cada comportamento disfuncional soluções são avaliadas.
No entanto, vale ressaltar que a resolução de problemas não tem como objetivo principal a flexibilização, como ocorre na reestruturação cognitiva. Ela ajuda a descobrir a melhor maneira de lidar com os pensamentos a fim de diminuir o sofrimento e melhorar a qualidade de vida da pessoa.
Atuação na TCC: Formas de trabalhar com o modelo cognitivo
Através da reestruturação cognitiva e da resolução de problemas é possível lidar com diversos transtornos e dificuldades do paciente. Nesse sentido, vale ressaltar que o profissional pode trabalhar a partir de qualquer parte do modelo cognitivo, tanto na situação, quanto no pensamento ou nas reações.
Pensamentos automáticos
Quando falamos dos pensamentos este pode ser trabalhado pelo profissional através dos questionamentos e de técnicas para que a pessoa enxergue a situação de outra maneira que não a forma disfuncional.
Reações
No caso das emoções, a técnica de regulação emocional é a mais utilizada. Com isso, o profissional ajuda a fazer com que a pessoa consiga lidar melhor com a emoção ou criar mecanismos que ajude a diminuir, de forma saudável, o exagero da emoção. O profissional também pode trabalhar com os comportamentos, para que o indivíduo consiga entender que a mudança vai beneficiar ela. Por fim, pode também auxiliar no controle das reações fisiológicas, como por exemplo, o controle da sudorese e batimentos cardíacos.
Situações
É preciso tomar cuidado com o trabalho em cima das situações. Isso porque ele pode funcionar de forma assertiva para algumas pessoas e situações, como por exemplo, no caso de pacientes que desejam perder peso. Dessa forma, fazer a mudança na situação poderia ser através do controle de ambiente, ou seja, retirar do alcance do indivíduo os doces para que não cause nele o pensamento e reações disfuncionais.
No entanto, em outras situações essa técnica pode não funcionar, como por exemplo, no caso de pessoas com ansiedade social. Afinal, nesse tipo de situação, o paciente tenta evitar eventos, e isso não pode ser feito, visto que ajuda a manter o transtorno e sua dificuldade. Por isso, o trabalho em cima da situação deve ser realizado em situações específicas e pacientes específicos.
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